Em 2022, Maria Reis lançou o aclamado álbum Benefício da Dúvida. Ao longo de sete músicas, Maria conduz-nos pelo estreito e inebriante caminho que o amor desenha sobre o abismo, equilibrando-se entre o risco das certezas vazias de imaginação e o risco da queda. Depois da colorida tristeza e raiva que encontrámos em Chove na Sala, Água nos Olhos, álbum em que colaborou com vários músicos e produtores, e da ternura e ironia de A Flor da Urtiga, produzido por Noah Lennox (Panda Bear), Benefício da Dúvida aparece consideravelmente mais despido, com arranjos simples e crus criados no seio de um grupo íntimo: Júlia Reis, na voz e no pandeiro, e Leonardo Bindilatti que, com Maria e Júlia, assina a produção. O uso de meios mínimos espelha um longo período de digressão a solo, que incluiu duas residências de criação (no Teatro Viriato, em Viseu, e no gnration, em Braga), onde nasceram algumas destas músicas, depois gravadas entre Braga e Lisboa.
A discografia a solo de Maria Reis inclui Benefício da Dúvida, de 2022, A Flor da Urtiga, de 2021, Chove na Sala, Água nos Olhos, de 2019, celebrado em palco numa monumental noite no Grande Auditório da Culturgest em fevereiro de 2020, e o EP inaugural Maria, de 2017. Para sempre fica o legado da banda rock Pega Monstro, que formou e conduziu com a sua irmã Júlia Reis, quer pelas canções e concertos memoráveis, quer pelo exemplo de agência cultural e cívica que promoveram. Maria Reis tem também vindo a colaborar regularmente com nomes como Sara Graça, Joana da Conceição, Gabriel Ferrandini, Miguel Abras ou Rudi Brito em concertos, apresentações artísticas multimédia, edição de música e de poesia.