Nos ensinaram que o sagrado era silêncio.
Nos calaram os nomes, os jeitos, os pecados.
Disseram que existir demais era ofensa.
Que desejar era desvio. Que dançar era profano.
Nos chamaram de impuros.
E nos negaram o altar.
Então a gente ergueu o nosso.
Não pedimos bênção — a gente quer incêndio.
Grave batendo no peito. Olhos fechados em transe.
A pista é altar. O som, nosso rito.
Esse é o grito que a cruz não calou.
A resposta suada à condenação secular.
Aqui, ninguém se apaga — a gente acende.
Chamaram de heresia.
A gente chamou de festa.
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Performances, delírios visuais e um altar em chamas.