O próximo ano será provavelmente o mais sombrio do sec.XXI. No plano global estamos na iminência de várias guerras em grande escala. Ao mesmo tempo agrava-se o genocídio em Gaza. Os massacres de civis provocados por drones na Ucrânia e por misseis na Venezuela, preparam uma anestesia geral da opinião pública acerca da nova aliança entre Trump e Putin. No plano doméstico vamos ter o pior presidente da República dos últimos 50 anos, qualquer que seja o vencedor das próximas eleições. Vamos ter as piores leis laborais depois do 25 de Abril, e a mais inhumana "integração" dos cidadãos imigrados.
A resistência contra estes horrores já não passa pelas batalhas eleitorais. Pelo contrário. Tem sido nas urnas que os Trumps têm tomado o poder. Também já não é pela ocupação das redes sociais com denúncias de notícias falsas e a promoção de exercícios de racionalidade que travamos o crescimento da imbecilidade. Qualquer utilização do mundo digital, mesmo para denunciar os seus efeitos perversos, aumenta o poder de resposta dos algoritmos e asfixia ainda mais o pensamento livre. A resistência tem que ser performativa. Em manifestações de rua, em greves, e em festas colectivas. Por isso a Fábrica do Braço de Prata tem vindo a organizar ao longo do ano Feiras Culturais - da América Latina, do Brasil, dos países mediterrâneos - onde se reforçam, em ambientes festivos, os vínculos entre os cidadãos provenientes de vários países e se experimentam estratégias de organização comunitária na defesa de direitos de cidadania e de condições dignas de habitação e de emprego.
É esta experiência que queremos retomar na Festa de entrada em 2026, sob o lema "Contra Ventos e Marés!"
PROGRAMA:
Maria João e João Farinha
Sarapatel Session
Espirito Nativo
Nicole Moreira
Michel Willians
Ana Margarida
Ébano
Espaço Baião
Júlio Resende