Tirona é mais do que um nome — é um chamado.
Na raiz da palavra pulsa a força de um puxão, daqueles que arrancam do torpor, que sacodem estruturas, que nos jogam pra frente quando o mundo tenta manter a gente parado. Somos esse gesto brusco e urgente que empurra a cultura viva pra margem — e faz dela centro.
Tirona também é caminho longo: a travessia de quem veio de longe, atravessando o tempo, a dor e o corpo, tecendo presença em territórios muitas vezes negados. Cada passo é memória, é história viva que insiste em dançar, criar e resistir.
Como a rede de pesca tradicional, Tirona entrelaça saberes, vozes, ritos e estéticas. Carrega a arte de lançar, de recolher, de partilhar — feita à mão, entre mãos, no tempo certo, com fé no coletivo. Nossa rede é de afetos, encontros e reconstrução.
Na paleta que nos pinta, o verde cura e rebrota — é folha viva, axé, floresta pulsando em meio ao ruído. O azul é fundura d’água e mistério cósmico — saber que flui, espiritualidade sem templo. O laranja queimado é chama criadora, sensual e alerta — desejo em combustão estética. E o rosa neon é afeto que afronta — carinho em forma de grito, doçura que escandaliza.
Ao nosso redor, as palmeiras se erguem firmes, mesmo sob ventania — corpo de pé, beleza em resistência. O sol no centro nos aquece e move — tempo que gira, presença inegociável. As estrelas nos guiam no breu — brilho fora do centro, luz de quem dança com a escuridão.
Somos Tirona. Puxamos o novo com força. Caminhamos juntos com firmeza. Tecemos cultura com ancestralidade. Nosso ofício é a arte. Nosso terreno é o agora. Nossa missão é não deixar passar — nada que seja potência.